terça-feira, 27 de setembro de 2011

Simplesmente mãe

Acordei cedo hoje, e do meu quarto ouvi que meu filho já tinha se levantado. Ouvi o chuveiro, depois o som de pratos na cozinha. Demorei um pouco ainda deitada, olhei o relógio, eram seis e meia. Alguns minutos passados, levantei-me, ele já não estava mais em casa.
Meu coração está um pouco triste, porque ontem eu desliguei a internet e fiz isso para que meu filho dormisse a noite. Pois faz anos que ele dorme o dia todo e a noite ele fica na internet jogando, conversando com pessoas de todo o país e fora dele.
Eu não devia mais me preocupar, pois ele tem vinte seis anos, mas a saúde dele começa a ficar comprometida. Arranja emprego bons que não precisa está cedo na rua e de repente está desempregado, pois vivendo assim não tem forças para produzir e dorme o dia todo. Vai de vez em quando, pois o tipo de trabalho não é em nenhuma repartição.
Acordo cedo para trabalhar e o pai dele também, e muitas noites não dormimos bem porque ouvimos abrir a porta do quarto, ir na cozinha, faz barulho e incomoda.
Meu marido implica o tempo todo com ele, em vez de ajudar, as brigas constantes não tem levado a lugar nenhum, embora meu filho não discuta com o pai, porém muitas vezes o vejo triste e desabafa comigo, eu o escuto e tento mostrar o que ele tem feito com a sua vida e muitas vezes diz que já viveu demais, que não se importa mais com nada. Percebo aí um pedido de socorro, uma aflição, já tive a idade dele e sei o que é se sentir assim. Claro que me ajudei e venci os meus fantasmas mas nem todo mundo é igual. Até melhorou, ele tem ido a missa, ao terço dos homens e com certeza Deus vai me ajudar e ajudá-lo. O Espírito Santo falará no seu coração.
Ele tem uma filha que precisa dele, apesar de não viver ao lado dela, mas tem acesso a ela a hora que quiser. E a minha neta cobra a presença dele, é uma benção de Deus nas nossas vidas.
Sou mãe e serei até o último instante de minha vida. Então como ser omissa ao que estou vendo, não acho graça nenhuma ver um filho sem perspectiva e abandoná-lo. Converso com Deus para me ajudar, afinal, estou só nisso tudo. Sempre encontro as respostas, Deus nunca me abandonou.
Às vezes sinto perder as forças, pois ajuda de quem é mais próximo a mim eu não tenho, falo ajuda em relação a esse filho.
Algumas vezes viajo com algumas amigas e só aí esqueço de tudo e fico feliz. Embora me sinta uma pessoa forte, decidida, com vontade de viver, sei o que quero, há momentos de muita solidão. Entretanto, tenho a certeza de que voltarei aqui contando que o meu filho conseguiu vencer as batalhas da vida.
Pois a nossa história deve ser escrita assim de caminhos tortuosos, longos, pesados, mas em uma única direção, ao amor, é ele que nos condiciona a botar nos braços os pequeninos e a perceber que muitas vezes está dentro de nossa casa esse pequenino, então você se sente bem e a vida tem sentido.
Foi o maior presente de Deus esse título de mãe, então por que desapontá-LO? Ele me confiou alguém para cuidar e amar. E junto comigo escreve a minha história todos os dias. Eu tenho muita fé em Deus, de que valeria essa fé se não fosse através das atitudes. O amor tem que ser concreto, afetivo e efetivo.
"Assim como o corpo sem alma é morto, assim também a fé sem obras é morta." Tiago 3,26.

Eliane Omena

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